terça-feira, 26 de novembro de 2013

Desde quando é que ter menos avançados significa que o sistema táctico é menos ofensivo?

Tenho visto muita malta a comentar o "novo" desenho táctico que Jesus utilizou nos últimos jogos, no qual retirou um dos extremos e acrescentou um elemento ao meio campo (Rúben Amorim).

Referem-se a este desenho táctico (chamem-lhe o que quiserem, mas para mim é um 4-3-3) como sendo mais defensivo, por oposição ao 4-4-2 ou 4-2-4 em que vínhamos a jogar há muito tempo. Argumentam que perdemos fulgor ofensivo e que o Benfica perde a sua identidade, porque «aqui joga-se sempre futebol de ataque».

Não podia estar mais em desacordo!! Já explico porquê.


Antes de mais, este desenho é tudo menos novo. É muito similar ao sistema que JJ utilizou no ano em que chegou ao Benfica. Há já muito tempo que tenho vindo a defender o regresso aos 3 médios centro (será que JJ andou aqui a ler alguma coisa, para de repente voltar aos 3 médios?).

Já aqui escrevi sobre o tema, mas parece-me pertinente insistir. Tal como referi em Julho, no post O Rolo Compressor, a utilização de um 3º elemento no meio campo em detrimento de um dos extremos resolve todos os problemas da nossa equipa:

-Mantemos dois avançados para marcarmos muitos golos e um extremo para os servir - insisto que não é preciso municiar os avançados pela esquerda e pela direita. Basta por um dos lados!! (lembram-se do Di Maria?) - o que permite manter o pendor ultra ofensivo.

-Ao mesmo tempo, mantém-se o equilíbrio defensivo da equipa, porque temos um homem extra no meio campo para recuperar bolas, ocupar espaços e (se for um nº 10) organizar jogo.

Isto resulta num meio campo com muito mais presença, logo, muito mais pressionante e recuperador de bolas. Ora, se vamos ter muito mais bola para atacar (e ainda por cima temos também um organizador de jogo neste esquema, que joga de frente para o adversário), vamos ser inevitavelmente muito mais ofensivos!!

Foi assim que apareceu, no primeiro ano de JJ, o chamado rolo compressor. Atacávamos constantemente e assim que perdíamos a bola, recuperávamo-la imediatamente, lançando de novo um ataque. E assim sucessivamente.

Concluindo: este 4-3-3 pode ter menos um homem lá à frente, mas é sem dúvida muito mais ofensivo do que o 4-4-2/4-2-4, no qual metade do tempo andamos a correr que nem uns perdidos atrás da bola e quando finalmente a recuperamos, já estamos cansados para lançar ataques com aquela intensidade que se exige.

2 comentários:

  1. Concordo com esta observação.
    Jogar com três médios centro (trinco/medio defensivo, nº 8/box-to-box, medio ataque/nº 10), dá concistência no meio campo, controlo de jogo e rápida recuperação de bola. O pior é quando Sávio voltar, ou ele ou Gaitan.

    Obrigado e Saudações!

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    1. Podemos jogar com Gaitan a 10 e Salvio a extremo (na pre epoca mostrou que tb joga muito do lado esquerdo)!:)

      Agora, nao pode ser é como jogámos ontem com o Anderlecht... jogámos com 3 médios mas o 3º em vez de ser ou o André Gomes ou um nº 10, foi o Fejsa!:S Aquilo assim não funciona nada bem.

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