Com o primeiro jogo de pré época a aproximar-se, e aproveitando a deixa do último post sobre o (exemplo do) 4-3-3, importa agora saber qual será o desenho táctico de JJ para o Maior do mundo nesta época.
Na época transacta jogámos quase sempre num 4-2-4: Matic e Enzo no meio, dois extremos e dois avançados. Até me admiro como é que correu quase sempre bem, porque um esquema destes é mesmo a pedir para levar dois ou três golos por jogo! Mas JJ conseguiu fazer algo que não é fácil, que é meter os dois extremos a defender, transformando o desenho num 4-4-2, mais equilibrado a defender e sem perder o enorme pendor ofensivo.
Na minha opinião, e apesar do mérito de JJ em meter os extremos a defender, esta táctica não é de longe a ideal por duas razões: (i) ou os extremos nao defendem e ficamos completamente desequilibrados (o que o treinador conseguiu evitar), ou então (ii) os extremos defendem, mas perdem muita energia com esse trabalho e se nao forem constantemente substituídos, chegam à fase crucial da época de rastos, sem criatividade e fulgor - o essencial num extremo. Tal como aconteceu com o Salvio! (já isto o treinador nao conseguiu evitar)
No entanto, sou completamente a favor de se manter os dois avançados. Numa equipa como o Benfica, que joga sempre ao ataque e frequentemente a dar espectáculo - tal como deve ser o futebol - os dois avançados são essenciais para haver presença constante na área do adversário e para se marcarem muitos golos.
Mas então, como manter o equilíbrio táctico e defensivo da equipa, sem perder o caudal ofensivo?
Não é preciso ter um curso de nível x ou y de treinador para resolver este problema. Basta ver muito futebol e utilizar o bom senso. Para encontramos a resposta basta recuarmos ao primeiro ano de JJ. Aquilo é que era um 4-3-3 bem desenhado. Mas não era um 4-3-3 qualquer! Jogávamos com os dois avançados, jogávamos apenas com um extremo e com três médios.
Este esquema táctico era perfeito, não foi por acaso que essa equipa ficou conhecida com o rolo compressor! Permite manter o pendor ultra ofensivo sem desequilibrar defensivamente a equipa, ou seja, resolve todos os nossos problemas. Dois avançados para marcarmos muitos golos, um extremo para os municiar (porque é que precisamos de servir os avançados pela esquerda e pela direita? Basta por um dos lados!!), e cá atrás um organizador de jogo, um trinco e uma espécie de médio direito/centro/trinco (a posição chave deste esquema), que mantêm tudo na ordem.
O jogador chave neste desenho era aquele que foi para mim o melhor médio da história moderna do nosso clube e um tipo com características únicas no futebol mundial: Ramires! Este tipo conseguia a proeza de fazer 3 posições em campo, o que dava a sensação de que jogávamos com 13 jogadores - daí o rolo compressor!
1º-Começava por ser um 2º trinco, a fechar tanto o meio campo defensivo no centro como no flanco direito e a recuperar bolas que nem um cão.
2º-Fazia o trabalho de médio centro, a povoar o meio campo e a sair a jogar com grande técnica e qualidade de passe.
3º-Como se não bastasse ainda fazia o corredor direito todo, indo à linha fazer cruzamentos letais ou combinar com o nosso lateral para fazer ele os tais cruzamentos sem ter que se preocupar com a defesa.
Este sistema era tão eficaz, que mesmo sem a (sempre importante) ROTATIVIDADE, conseguimos fazer 30 jogos quase sempre a golear e ainda chegar aos 1/4 final (ou meia final?) da UEFA!!
No ano seguinte JJ perdeu Ramires, o tal jogador essencial para este esquema táctico, portanto compreende-se que tenha tido que mudar a forma de jogar da equipa. No entanto, após dois anos sem encontrarmos um substituto à altura, no ano passado apareceu finalmente um tal de Enzo Pérez. A melhor surpresa dos últimos anos! Um tipo com uma raça incrível, técnica, pulmão e tacticamente evoluído.
Jesus, quando finalmente encontraste um substituto à altura para o Ramires, parece que te esqueceste que aquele fantástico 4-3-3 alguma vez existiu. Mas eu relembro-te: já sabes o esquema táctico, já tens a peça chave que faltava, agora é só pôr em prática. Nao te estou a ensinar nada... aliás, foste tu que mo ensinaste a mim. Eu apenas to estou a relembrar!!
Resumindo e concluindo:
Gaitan, Lima, Cardozo
Djuricic
Matic, Enzo Pérez
Melga(ou Sílvio), Garay, Luisao, Maxi
Artur
Muitos perguntarão: e o Salvio onde entra aqui?
Eu respondo: no dia em que tivermos uma equipa na qual o Salvio nao entra no onze inicial, só poderá ser muito bom sinal. Sinal de que estamos perante um ROLO COMPRESSOR!
PS- claro que o Salvio pode jogar em vez do Gaitan e mete-se o Enzo Perez a descair para a esquerda em vez de descair para a direita. Mas isso depois haveria mil maneiras de ir rodando a equipa.
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